Lição 10: “Maridos e esposas juntos na cruz”

24 DE AGOSTO DE 2023
COLLEEN TINKER

August 26–September 1, 2023

Problemas com esta lição:

• O autor escreve sem compreender o novo nascimento e a nova identidade que temos em Cristo.
• O autor não entende a realidade da igreja ser o corpo de Cristo.
• O autor entende mal que o casamento é uma representação, não uma metáfora, do Cabeça e da igreja.

A lição desta semana foi escrita no contexto de uma organização que se autodenomina “igreja remanescente”, mas que, na realidade, não faz parte da verdadeira igreja. O Adventismo ensina um falso evangelho e se apropria das palavras das Escrituras para si mesmo, redefinindo as palavras das Escrituras para se adequarem à sua própria cosmovisão do grande conflito.

Efésios 5:22–33 só pode ser entendido depois de acreditar que alguém é um pecador que precisa de um Salvador e confiar na obra consumada do Senhor Jesus, e então acreditar que as palavras literais desta passagem significam o que dizem. Não devem ser lidas como uma mera “metáfora”, mas como realidade.

A compreensão de Efésios 5:22–33 é ajudada pela leitura de 1 Coríntios 11:3:

Quero, porém, que entendam que o cabeça de todo homem é Cristo, e o cabeça da mulher é o homem, e o cabeça de Cristo é Deus

Paulo está pintando um quadro verbal tanto em Efésios 5 quanto em 1 Coríntios 11. Ele pretende que representemos um corpo literal (como ele descreve ainda mais detalhadamente em 1 Coríntios 12). Devemos retratar a igreja, homens e mulheres que acreditaram no Senhor Jesus e nasceram de novo – vivificados pela habitação do Espírito Santo – como sendo literalmente o corpo físico do qual Cristo é a Cabeça.

Somos literalmente os representantes físicos do Senhor Jesus no mundo – e significativamente, um corpo nunca pode ser separado da Cabeça.

A cabeça do corpo é o centro de comando de uma pessoa. O corpo, de fato, não poderá desempenhar nenhuma de suas funções se a cabeça ou os nervos que conectam o cérebro ao corpo forem cortados. Esta é a imagem que Paulo pretende que vejamos quando retratamos o corpo de Cristo: estamos permanente e eternamente conectados à nossa Cabeça. Sem Ele estaríamos mortos, incapazes de funcionar ou de cumprir os deveres que foram criados para nós cumprirmos (Efésios 2:10).

Da mesma forma, esta é a imagem do casamento que Paulo descreve. O marido é o cabeça da esposa assim como Cristo é o cabeça da igreja. Pretendemos ver esta união como uma relação permanente e indissolúvel enquanto durar a vida. O chefe – o marido – deve proteger e dirigir a navegação da família ao longo da vida, ao mesmo tempo que se submete ao seu próprio Cabeça – Cristo.

Esta imagem é dada aos crentes, mas sabemos que os crentes às vezes têm cônjuges incrédulos. A imagem corporal é muito mais difícil de aceitar se um dos cônjuges não estiver vivo em Cristo, mas 1 Coríntios 7 descreve como um crente deve amar um cônjuge incrédulo.

O que uma esposa deve fazer?

A passagem em Efésios 5 não diz que uma esposa deve submeter-se ao seu marido “como ao Senhor” apenas se o seu marido a amar como Cristo ama a igreja. Na verdade, em 1 Pedro 3:1-7, Pedro explica que as esposas devem ser submissas aos seus maridos, mesmo que estes sejam “desobedientes à palavra”. É importante ressaltar que Pedro NÃO está dizendo (nem Paulo) que as esposas devem se submeter a abusos, como danos físicos, mas Pedro está dizendo que se um marido desobediente observar sua esposa demonstrando “comportamento casto e respeitoso”, as esposas poderão ganhar seus maridos “sem dizer palavra”.

Talvez uma palavra útil aqui seja “respeito”. Paulo termina sua passagem sobre o casamento em Efésios 5:33 com as palavras: “a esposa deve cuidar de respeitar o marido”. Em outras palavras, a submissão à qual a esposa é chamada está intimamente relacionada ao “respeito”.

A comparação entre uma esposa e seu marido com Cristo e a igreja nos dá uma perspectiva aqui. Como crentes, não seríamos hostis a Jesus quando Ele nos levasse a fazer coisas que naturalmente não escolheríamos fazer. Podemos conversar com Ele, mas, em última análise, se O amamos e honramos, confiamos Nele mesmo quando não conseguimos ver o benefício de tudo o que está acontecendo ao nosso redor. Confiamos e O amamos, por isso tratamos o Senhor Jesus com respeito e honra. Este é o quadro que Paulo está pintando para as esposas: devemos confiar e respeitar nossos maridos. Se eles tomarem decisões das quais discordamos, mesmo depois de discutirmos um assunto juntos, a nossa resposta a ele deve ser respeitá-lo.

Até mesmo Sara (referindo-se novamente à passagem de 2 Pedro) submeteu-se a Abraão – e ela teve que deixar seu país natal com ele e até mesmo confiar nele quando ele lhe disse para se chamar de irmã quando viajassem para o Egito! Sara foi enviada para um harém por causa do pedido egoísta de Abraão para com ela – mas Deus a protegeu. Ele impediu que Faraó a machucasse e expôs a mentira de Abraão. Ele resgatou Sara daquele harém, e ela é lembrada em 2 Pedro 3 como um exemplo do respeito da esposa pelo marido, bem como da confiança da esposa em Deus.

As esposas não devem submeter-se a pedidos de pecado; elas devem se submeter “como ao Senhor”. Mas o chamado da esposa como crente é honrar e respeitar seu marido e submeter-se a ele conforme o Senhor a instrui em Sua palavra, não discutindo e clamando ou insistindo em fazer o que ela quer, mas em confiança e obediência ao Senhor Jesus. Em última análise, Deus cuida tanto da esposa quanto do marido. Ele revela Seu cuidado e disciplina a ambos e a eles como casal.

Os homens são superiores?

Os maridos não são superiores às suas esposas; em Cristo, homens e mulheres são iguais perante Deus (Gálatas 3:28). No entanto, Deus criou homens e mulheres para serem diferentes uns dos outros. Os homens deveriam ser os cabeças do casamento, confiando em Deus e protegendo suas esposas e filhos com a sabedoria e o discernimento que vêm do Senhor. As mulheres deveriam ser ajudantes de seus maridos, confiando em Deus para serem capazes de amar seus maridos por Deus e tratá-los com respeito.

Os homens têm uma força e atribuições únicas de Deus que refletem a sua marca biológica. Os homens são criados para serem mais fortes fisicamente e mais agressivos e capazes de lutar por proteção. No entanto, espera-se também que amem e cuidem das suas esposas e filhos, como só alguém com uma certa autoridade pode fazer.

As mulheres são criadas com um tipo diferente de força. As mulheres que tentam ser “tão boas quanto qualquer homem” apenas criarão uma caricatura: nem uma mulher feminina, nem um homem de verdade. Se as mulheres tentarem funcionar como homens com os pontos fortes dos homens, irão falhar. Por outro lado, os homens não conseguirão ser fortes, pois as mulheres são criadas para serem fortes se buscarem funcionar com os pontos fortes das mulheres. Deus fez com que cada um fosse excepcionalmente forte e tivesse seu próprio “poder” que Ele usa para Sua glória. Para homens e mulheres, entrar numa luta pelo poder significa que nenhum deles reflete aquilo para que foram criados e nenhum reflete as intenções de Deus.

A equiparação do casamento com Cristo e a igreja pretende mostrar-nos que os maridos devem amar as suas esposas e as esposas devem respeitar os seus maridos.

Chamado ao que não é natural

Por natureza, as mulheres tendem a amar suas famílias. Eles lideram com amor e atenção, às vezes até criando um ambiente um tanto sufocante se se esforçarem demais para garantir que todos os detalhes das necessidades de uma pessoa sejam atendidos.

Por outro lado, os homens respeitam por natureza. Eles tendem a ser colegiais, encorajando-se mutuamente com afirmação de realizações e com respeito por suas opiniões. No entanto, em Efésios 5, Paulo ordena aos homens que AMEM as suas esposas como Cristo amou a igreja – sacrificialmente e até ao ponto da morte, se necessário, a fim de protegê-la e nutri-la – e ordena às mulheres que RESPEITEM os seus maridos.

Esses comandos são o oposto do que homens e mulheres tendem a fazer naturalmente. Para uma mulher respeitar o marido, mesmo quando ela desaprova as ideias dele, é necessário que ela confie no seu Salvador. Ela tem que saber que está segura e pode confiar Nele ao respeitar seu marido, submetendo-se a ele como ao Senhor.

Da mesma forma, um marido tem de confiar em Deus, pois ama a sua esposa, colocando-se numa situação emocionalmente vulnerável para cuidar dela e nutri-la – talvez de formas que ela nem sequer saiba que precisa – arriscando assim as suas críticas ou argumentos.

Assim, tanto os maridos como as mulheres são chamados a viver vulneravelmente diante do Senhor, confiando nEle para lhes permitir dar ao seu cônjuge aquilo que nem sempre é “natural”.

As esposas precisam se ver como o corpo conectado à cabeça, assim como o corpo de Cristo está conectado a Jesus. Elas têm que ver que o Senhor Jesus as ensinará a confiar em seus maridos como confiam no próprio Jesus, não sendo reticentes, argumentativas ou punitivas emocionalmente, mesmo sendo livres para se expressarem a ele. Da mesma forma, os maridos tomarão decisões, com a contribuição de suas esposas, que protegerão e nutrirão suas esposas e suas famílias.

O Senhor Jesus conhecia Sua noiva — Ele conhecia todos os que confiariam Nele — antes da fundação do mundo. Os nomes no livro da vida do Cordeiro foram escritos ali antes da criação do mundo (Ap 13:8). Deus nos deu o casamento como um espelho de Seu eterno amor e relacionamento com Sua igreja; não era apenas uma estrutura social destinada a organizar a humanidade. Deus não comparou Seu relacionamento com Sua igreja ao casamento porque o casamento já existia, e Ele queria usar um exemplo de vida para nos ajudar a entender. Na verdade, funciona ao contrário; os propósitos e intenções do Senhor para Sua noiva (representada como a Nova Jerusalém descendo do céu em Apocalipse 21) são eternos e vieram antes de qualquer um de nós nascer.

Somente os nascidos de novo podem compreender esta unidade de confiança e identidade que advém do nascimento de Deus.

A lição desta semana ignora a profunda identificação de Jesus com aqueles que Ele vivifica com a Sua própria vida de ressurreição, e ignora o fato de que estes mandamentos aos maridos e esposas só são compreendidos por aqueles que têm esta nova vida em Cristo.

Os não regenerados ainda estão operando sob as consequências do pecado, conforme descrito em Gênesis 3. Aqueles que nasceram de novo, entretanto, têm a vida de Jesus neles e sabem que podem confiar Nele ao obedecerem aos Seus mandamentos de amar e respeitar e submeter-se como o Corpo se submete a Cristo, e como Cristo ama Sua igreja. †

 

 

Deborah Buffone
Deborah Buffone

Deborah nasceu e cresceu rodeada por Adventistas. Sempre fiel e respeitada dentro do sistema Adventista, Deborah foi credenciada pela Uniao Nordeste Brasileira, em 1994 , onde atuou como secretaria dos departamentos de Jovens, Escola Sabatina e Mordomia. Em 1998 pediu demissao e mudou-se para os Estados Unidos, onde mora hoje e atua como Diretora Regional do Former Adventist Fellowship FAF para todo o Brasil.

Artigos: 16

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