Lição 13: “Lutando pela Paz”

 

Problemas com esta lição:

  • O principal objetivo desta lição é enfatizar que o adventismo é definido pelo tema do grande conflito.
  • A compreensão do autor sobre a armadura de Deus é superficial e inacessível por causa de seu compromisso “escondido” com o paradigma do grande conflito.

Esta semana, a lição é surpreendentemente reveladora se alguém ler os Comentários dos Professores. A discussão evidente sobre colocar a armadura de Deus detalhada nos estudos de cada um dos dias carece de poder e acessibilidade porque a base oculta de tudo o que o autor diz não é totalmente revelada.

Os Comentários dos Professores, no entanto, vão além esta semana do que em tempos passados para enfatizar a importância singular do paradigma do grande conflito para que um adventista entenda exatamente o que é o adventismo.

Nós, do Life Assurance Ministries, enfatizamos há anos que o verdadeiro tema unificador que une os adventistas de todas as faixas é a visão de mundo do Grande Conflito. Nenhuma doutrina pode ser identificada como O denominador comum adventista, mas a coleção de crenças englobadas na visão de mundo do Grande Conflito compreende a mentalidade adventista, a lente através da qual toda a realidade é percebida.

Aqui está o que os Comentários dos Professores dizem nesta lição da próxima semana:

Em seu extenso trabalho Systematic Theology, Norman Gulley destaca que a teologia cristã geralmente perdeu o tema do conflito cósmico ou grande conflito (veja Norman Gulley, Systematic Theology: The Church and the Last Things [Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 2016], vol. 4, p. 478). Enquanto para outros cristãos, o grande conflito (o conflito cósmico espiritual entre Deus e as forças malignas de Satanás) é um dos detalhes mais relacionados à teodiceia[1], para Ellen G. White e os Adventistas do Sétimo Dia, o grande conflito é a doutrina abrangente que integra todas as outras doutrinas, não apenas sistematicamente, mas historicamente. Para os adventistas do sétimo dia, o tema do grande conflito não é apenas um sistema de doutrinas, mas uma história, a história de Deus. É a história de Seu ato amoroso de Criação; de nossa rebelião contra Ele; de Seu amor sacrificial por nós; de Sua intervenção direta na história de nosso mundo através da encarnação; de Sua morte na cruz, ressurreição e ascensão; de Seu desejo e trabalho para restaurar nosso relacionamento com Ele; de Sua restauração da unidade e do amor na humanidade através da igreja; de Suas promessas de acabar com a história do pecado e do mal; e de Sua promessa de nos levar a Sua eterna alegria e paz. Por esta razão, os adventistas do sétimo dia articularam o tema do grande conflito como crença fundamental 8, votada pela Conferência Geral em 1980:

Toda a humanidade está agora envolvida em um grande conflito entre Cristo e Satanás sobre o caráter de Deus, Sua lei e Sua soberania sobre o universo. Esse conflito se originou no céu quando um ser criado, dotado de liberdade de escolha, em auto-exaltação se tornou Satanás, o adversário de Deus, e levou à rebelião uma parte dos anjos. Ele introduziu o espírito de rebelião neste mundo quando levou Adão e Eva ao pecado. Esse pecado humano resultou na distorção da imagem de Deus na humanidade, na desordem do mundo criado e em sua eventual devastação na época do dilúvio global, conforme apresentado no relato histórico de Gênesis 1–11. Observado por toda a criação, este mundo se tornou a arena do conflito universal, do qual o Deus do amor será finalmente justificado. Para ajudar Seu povo nesta controvérsia, Cristo envia o Espírito Santo e os anjos leais para guiá-los, protegê-los e sustentá-los no caminho da salvação. —“O Grande Conflito”, disponível em https://www.adventist.org/the-great-controversy.

Herbert E. Douglass explica habilmente e ricamente o papel que o grande tema da controvérsia (GCT) desempenha na teologia adventista do sétimo dia: “Para os adventistas do sétimo dia, o GCT é o conceito central que traz coerência a todos os assuntos bíblicos. Transcende as divisões centenárias que fraturaram a igreja cristã por séculos. Traz paz aos adversários teológicos que de repente veem em uma nova harmonia as verdades pelas quais cada um estava vigorosamente argumentando. Aqui está a singularidade do adventismo. Essa singularidade não é algum elemento particular de sua teologia, como sua doutrina do santuário. Em vez disso, a distinção do adventismo repousa em sua compreensão geral da mensagem central da Bíblia que é governada por seu princípio seminal e governante – o Tema do Grande Conflito.”—“O Tema do Grande Conflito: O Que Significa para os Adventistas”, Ministério, dezembro de 2000, p. 5.

A visão de mundo do Grande Conflito é a base, o tema unificador da visão adventista da realidade. O adventismo usa a suposta guerra no céu, seu relato de pré-história encontrado apenas nos escritos de Ellen White, como ponto de partida para essa visão. Eles ensinam que quando Deus exaltou Jesus à posição de Seu Filho, Satanás ficou com ciúmes, acreditando que deveria ter sido digno de tal honra. Seu ciúme o levou a lançar uma campanha para contestar o caráter de Deus, para dizer que Ele era injusto, que Ele havia criado uma lei muito difícil para Seu povo manter, e que Suas criaturas estavam sendo injustamente condenadas por desobediência.

Essa ideia da rebelião de Satanás – apresentada como acontecendo ANTES da criação (não importa que os anjos fazem parte da criação) tornou-se o Grande Conflito na qual todos os humanos estão mergulhados. Ao aceitar Jesus e obedecer à lei supostamente muito difícil de Deus, ajudamos Jesus a vencer a guerra pelas almas para que Satanás possa finalmente ser provado como mau, e Jesus vencerá no final.

A visão de mundo o grande conflito também inclui o juízo investigativo em que Jesus está no céu completando a expiação que Ele não completou na cruz com Seu sacrifício suficiente. Agora ele deve aplicar Seu sangue aos pecados confessados dos salvos e, finalmente, colocará os pecados dos salvos na cabeça de Satanás, o bode expiatório que os carregará do céu. Assim, o céu será limpo do registro de nossos pecados, Jesus finalmente terá terminado a Sua obra de expiação, e o tempo da perseguição começará.

Nenhuma dessas crenças é encontrada em qualquer lugar da Bíblia. Na verdade, o adventismo sabe que tem um enorme problema teológico e de relações públicas com essas doutrinas não bíblicas no centro de sua religião, e eles buscam, publicamente, esconder a verdadeira natureza desses ensinamentos e se apresentar como protestantes normais que se encontram aos sábados.

No entanto, a visão de mundo da Grande Controvérsia inclui uma lista de crenças e práticas que são únicas, em combinação, para o adventismo—e essas são as crenças que unem todos os adventistas. Essas crenças incluem:

  • A crença de que Satanás e Jesus estão envolvidos em uma batalha contínua por almas, e a obediência pessoal dos adventistas ajuda a expor e derrotar Satanás;
  • A visão de mundo fisicalista que nega que os seres humanos tenham um espírito imaterial que sobrevive à morte do corpo;
  • A negação da depravação humana—o fato de que nascemos espiritualmente mortos e devemos literalmente nascer de novo, espiritualmente;
  • A crença de que o pecado é físico, herdado de nossos ancestrais (sem espírito, sem morte espiritual literal);
  • A crença em um Jesus que poderia ter falhado;
  • A crença em uma divindade que não compartilha substância;
  • A crença de que Ellen White é importante de alguma forma;
  • A crença de que o sábado é intrinsecamente santo e será honrado por toda a eternidade.

O autor da lição da Escola Sabatina não pode discutir adequadamente a armadura de Deus porque o adventismo não acredita no verdadeiro evangelho, na verdadeira natureza da depravação do homem ou no fato de que nascemos literalmente espiritualmente mortos no pecado e devemos nascer de novo.

Somente os nascidos de novo têm a armadura de Deus. As pessoas comprometidas com um falso evangelho estão baseadas em uma falsa visão da humanidade, uma falsa trindade que não compartilha substância e uma expiação incompleta que um Jesus falível não conseguiu completar. Essas crenças centrais do adventismo significam que aqueles que acreditam nessas doutrinas não podem ser salvos, porque não podemos ser salvos a menos que acreditemos no verdadeiro Jesus e em Seu verdadeiro evangelho.

Assim, qualquer discussão sobre a armadura de Deus é inútil. Ela só está disponível para aqueles que nasceram de novo. Quando alguém confia em Jesus, toda a armadura de Deus é dele porque sua vida está escondida com Cristo em Deus (Col. 3:3). Não encontramos e colocamos a armadura de Deus; em vez disso, a colocamos firmemente por meio do evangelho. Somos imputados com a justiça de Deus quando abraçamos a verdade de Jesus e Sua obra acabada. Recebemos os sapatos do evangelho da paz quando confiamos na morte, sepultamento e ressurreição de Jesus como o pagamento pelo nosso pecado e a quebra da nossa maldição da morte.

Além disso, temos o escudo da fé como o dom de Deus; essa fé extingue as flechas flamejantes do maligno. E nós temos o capacete da salvação. Este capacete protege nossas cabeças; ele nos protege de nossas próprias dúvidas e pensamentos defeituosos.

Esta lição não pode ensinar o que a Bíblia realmente diz porque o adventismo interpreta a Bíblia através da lente de sua cosmovisão de mundo baseada no grande conflito, estabelecida por sua profetisa extra-bíblica, Ellen G. White.

[1] Teodiceia é um termo derivado do título da obra Ensaio de Teodiceia do filósofo alemão Leibniz, que sustenta a existência de Deus a partir da discussão do problema da existência do mal e de sua relação com a bondade de um Deus onisciente e onipotente.

Manuela Boscia
Manuela Boscia

Manuela Boscia é responsável pelas traduções dos artigos publicados nessa página. Nascida em uma família de quarta geração de Adventistas no Brasil, Manuela conheceu o verdadeiro Evangelho e hoje é livre para seguir a Jesus e proclamar a Mensagem da Salvação de Cristo com todos.

Artigos: 4

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