Lição 12: “O Chamado para Permanecer Firme”

COLLEEN TINKER

Problemas com esta lição:
A lição equipara a instrução de Paulo de vestir e permanecer na armadura de Deus com a luta no grande conflito.
Esta lição é de dentro para fora; nos torna jogadores da grande polêmica fortalecidos com a ajuda de Deus.
A lição equipara a adesão à “igreja” a entrar na grande batalha da controvérsia.
Essa lição pode não nos causar a levantar uma de nossas sobrancelhas, se não entendermos a cosmovisão adventista por trás das palavras. Esta lição, escrita aos adventistas do sétimo dia, pressupõe que os leitores compartilharão sua “cosmovisão sobre o Grande Conflito”. Essa cosmovisão, pressupõe que Satanás acusou Deus de ser injusto ao exaltar Jesus ao papel de Filho de Deus. Supõe ainda que Satanás travou guerra contra Jesus, lutando-o pelas almas dos humanos, e as pessoas leais que prometem guardar a lei de Deus ajudarão Jesus a vencer esta grande batalha.
As pessoas que nunca foram adventistas podem ter dificuldade em ver que a grande controvérsia não é bíblica. Claro que existem demônios e o mal existe, mas essas coisas são um “subconjunto” da criação. Deus está fora da criação e soberano sobre ela. Ele é soberano sobre Satanás, que não pode fazer o que Deus não lhe permite fazer.
Os estudos da semana contêm esta frase no final da lição de sábado: “Ao compor Efésios 6:10–20, Paulo ora por uma visão aprimorada para os crentes, a fim de que eles possam ver toda a realidade do grande conflito e tirar esperança do que ele lhes revela”.
Assume e prepara o terreno com a grande polémica. Todo adventista deve se ver como um soldado nesta batalha, encarregado de ser obediente à lei, apesar de toda tentação, para que Jesus possa vencer no final.
O estudo desta semana se concentra em dois grandes temas:
Ao ingressar na igreja, o cristão automaticamente se envolve em uma batalha espiritual de proporções cósmicas.
Mas o cristão não precisa se preocupar, pois sua força e armadura vêm do Senhor. Tudo o que um cristão deve fazer é permanecer firme no Senhor.
Primeiro, “juntar-se à igreja” pressupõe ser batizado adventista. O adventismo não ensina o verdadeiro evangelho bíblico, e tem um Jesus falível que poderia ter pecado e falhado e poderia ter mergulhado o universo na destruição e no caos se Ele falhasse.

A verdade é que Jesus NÃO poderia ter falhado; Ele não poderia ter pecado porque Ele é Deus, e nunca houve qualquer dúvida sobre Sua conclusão de Sua obra de morrer por nosso pecado, de ser sepultado e de ressuscitar da morte e quebrar nossa maldição. Ele nunca esteve em dúvida!
“Juntar-se à igreja” aqui significa juntar-se a uma falsa religião, e até mesmo a crença de que se está se juntando à grande batalha polêmica é ensino de seitas. Não há um “grande conflito”. Jesus desarmou Satanás na cruz (Colossenses 2:14,15). Quando reconhecemos nosso estado pecaminoso, nossa depravação que nos impede de agradar ou mesmo buscar a Deus e confiar na obra acabada de Jesus, nascemos de Deus, nascemos do Espírito e somos selados com o Espírito Santo que garante nosso futuro eterno. Desta forma, somos batizados pelo Espírito Santo no corpo de Cristo e nos tornamos parte da igreja eterna e viva. Nosso batismo físico como crentes nascidos de novo é uma declaração pública de nosso compromisso com o Senhor Jesus e com a nova vida trazida por Sua morte, sepultamento e ressurreição.
Nosso envolvimento na guerra espiritual é devido ao fato de que vivemos em um mundo decaído, e fomos resgatados do domínio das trevas por nosso Pai quando cremos e nos transferimos para o Reino do Filho Amado (Cl 1:13). Nascemos sob o poder do espírito em ação nos filhos da desobediência (Ef. 2:1-3), e como pessoas nascidas de novo, ainda vivemos em território inimigo, um mundo caído com anjos maus que têm a permissão delegada de Deus para estar trabalhando aqui, mas somos cidadãos do céu, selados com o próprio Deus. Não estamos mais sob o controle de Satanás porque nossos espíritos mortos e pecadores receberam vida.
O adventismo ensina que tomamos decisões “para Cristo” e para o adventismo e, em seguida, temos poder especial e ajuda de Deus. A Bíblia ensina que literalmente nos tornamos novos, nascidos de novo e habitados pelo Espírito Santo. Nós literalmente estamos em Cristo, e Ele está em nós.
Este modelo é muito diferente do adventismo.
A passagem em Efésios 6:1–20 não é sobre acessar o poder de Deus; lembrando-nos a proteção que temos quando acreditamos e nascemos de novo. Entramos em Cristo, e nossa única arma ofensiva é a palavra de Deus!
Jesus já venceu o mal. Não estamos ajudando-O a vencer. Além disso, quando nascemos de novo, já estamos em um novo reino.
Esta lição ensina uma ideia invertida e retrógrada: que ganhamos ajuda de Deus para lutar na grande controvérsia. A Bíblia, no entanto, nos ensina que, quando cremos, nos movemos para um reino celestial e nossas vidas estão escondidas com Cristo em Deus (Cl 3:3). Ele é a nossa armadura; recebemos Sua verdade, justiça, evangelho de paz, fé e capacete de salvação. Esses são nossos como pessoas que têm o Espírito Santo!
Entramos no reino de um Rei já vitorioso que nos cobre consigo mesmo. Estamos na Terra enquanto o mal se enfurece, blindados em Sua justiça e segurança alheias a nós, equipados com o evangelho e equipados com Sua palavra. Oramos Àquele que está sempre conosco, e nos levantamos porque Ele faz a luta! Nossa armadura é defensiva, não ofensiva, exceto pela palavra e oração de Deus.
A realidade para os crentes é oposta ao modelo do grande conflito. A verdade é verdadeiramente maior do que a ficção! †

Deborah Buffone
Deborah Buffone

Deborah nasceu e cresceu rodeada por Adventistas. Sempre fiel e respeitada dentro do sistema Adventista, Deborah foi credenciada pela Uniao Nordeste Brasileira, em 1994 , onde atuou como secretaria dos departamentos de Jovens, Escola Sabatina e Mordomia. Em 1998 pediu demissao e mudou-se para os Estados Unidos, onde mora hoje e atua como Diretora Regional do Former Adventist Fellowship FAF para todo o Brasil.

Artigos: 16

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